REUNIÃO DO GRUPO DE TRABALHO “BRINCAR NA CIDADE EDUCADORA”

02 DE JULHO DE 2021 | TORRES VEDRAS

 

    O Diretor do Departamento de Educação e Atividade Física da Câmara Municipal de Torres Vedras, Rodrigo Ramalho, deu as boas vindas e agradeceu a presença de todos na reunião e o interesse no tema do brincar, tendo começado por explicar, de forma breve, como nasceu este grupo de trabalho (GT). Referiu que o GT conta com 32 cidades já inscritas, tendo havido mais cidades que manifestaram o seu interesse, trazendo para o brincar a importância que ele assume para todas as crianças do país, e dando nota de que muitas destas cidades já têm um trabalho muito bom na área do brincar.

     Rodrigo Ramalho partilhou com os presentes um documento sobre o GT, referindo que o mesmo será enviado posteriormente a todos. Esse documento contém a listagem das cidades que integram o este grupo, tendo Rodrigo Ramalho feito referência à interessante distribuição territorial de cidades desde o Minho até ao Algarve, do litoral, interior, áreas metropolitanas e áreas mais rurais, o que crê que se traduzirá em partilhas de experiências bastantes ricas e diversificadas. Indicou quais as pessoas do Município de Torres Vedras que farão parte deste grupo: Rodrigo Ramalho, Joana Monteiro e Tânia Pedro, as quais estão totalmente disponíveis para qualquer assunto.

     Rodrigo Ramalho expôs o objetivo desta reunião: definir as questões procedimentais de como o GT irá funcionar nos próximos dois anos, período que vai ser proposto para o funcionamento do mesmo. A ideia será colocar propostas de funcionamento para ouvir a opinião das cidades integrantes. De seguida, elencou os objetivos gerais deste GT, enviado anteriormente no convite para adesão ao mesmo: promover o brincar ao ar livre nas cidades aderentes ao GT e influenciar os decisores políticos, técnicos municipais, educadores, professores e pais no sentido da afirmação do brincar ao ar livre como elemento essencial para o desenvolvimento global das crianças. Posteriormente, passou à apresentação dos objetivos específicos: identificar projetos relacionados com a temática do brincar nas várias cidades do grupo, alargando, eventualmente, este levantamento a todas as cidades da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras, para, posteriormente, criar um e-book sobre os projetos do brincar; partilhar boas práticas neste âmbito, convidando as cidades a apresentar os seus projetos em encontros trimestrais; promover sessões temáticas com oradores de reconhecido mérito para os encontros trimestrais do GT; e, como último objetivo, realizar seminário nacional “Brincar nas Cidades Educadoras” seguido de uma atividade “de campo”.

     Otília Castro, do Município do Porto, interveio referindo que, na sua opinião, o brincar ao ar livre, no espaço público, deveria ser um objetivo específico e não um objetivo geral, sendo que este passaria a ser a promoção do brincar, seja em que contexto for. Propôs também que houvesse um objetivo específico que permitisse que as famílias pudessem estar envolvidas, pois Página 2 são eles que poderão influenciar e fazer com que estas medidas tenham algum impacto. Rodrigo Ramalho concordou que faria sentido alargar o âmbito de ação ao brincar e não só ao brincar ao ar livre mas que este deverá ser o maior foco e a principal preocupação do grupo, pois é o que faz mais falta às crianças. Assim, serão redigidos novamente os objetivos uma vez que houve a concordância de todas as cidades. Referiu que o levantamento de projetos que irá ser feito pretende dar uma panóplia de projetos de todo o tipo, mais ou menos institucionais.

     João Couvaneiro, do Município de Almada, deu a sugestão de corrigir o texto do segundo objetivo geral, substituindo “pais”, por “família” para ser um pouco mais abrangente, e adicionar, eventualmente, a dimensão da comunidade e tudo o que nela está incluído.

     De seguida, Rodrigo Ramalho apresentou os resultados que se esperam apresentar no decorrer ou no final do grupo de trabalho: a criação do e-book com os projetos de promoção do brincar nas Cidades Educadoras, sendo feito um primeiro levantamento que irá começar a ser feito agora junto das cidades e depois outro em julho de 2023, data final do grupo. Pretende-se também fazer oito encontros trimestrais e o seminário final com a atividade de campo. Considerou que os produtos finais não devem ficar já todos definidos neste momento, devem ser construídos por todos e ao longo do decurso do grupo. Porém, sugeriu a criação de uma checklist do brincar na Cidade Educadora, uma listagem criada por todos ao longo destes dois anos e que funcione como um guião para uma cidade refletir em que ponto está e o que pode fazer para torná-la mais amiga do brincar. Além disso, acrescentou que fará sentido haver recomendações para uma cidade cada vez mais amiga do brincar e a criação de uma Comissão Científica que acompanhe este GT.

     Tânia Esteves, do Município de Alenquer, deu os parabéns pelos objetivos e resultados definidos para o GT.

     Paula Sousa, do Município de Almada, deixou a sugestão de se poder incluir as crianças no processo da criação da checklist, pois considera fazer sentido que participem num projeto que é para elas. Rodrigo Ramalho concordou com a sugestão, acrescentando, inclusivamente, que há várias cidades que têm projetos participativos das crianças.

     O representante do Município de Oeiras deu os parabéns pela iniciativa de criação deste GT e questionou se, no âmbito do levantamento dos projetos, poderiam incluir-se não só os projetos da iniciativa ou em parceria com os municípios, mas também projetos desenvolvidos por outras entidades. Rodrigo Ramalho respondeu que sim, desde que façam sentido e sejam possíveis de replicar noutras cidades.

     Ana Gil, do Município de Cascais, explicou que no seu município as AEC’s são para brincar e são no espaço exterior, tendo havido a necessidade de humanizar os recreios escolares com a participação das crianças. Concordou que o grupo tenha uma equipa consultiva científica, sugerindo também a International Play Association, (IPA Portugal). Afirmou que agora são as escolas que pedem para formar professores e fazer salas de aulas no exterior. Assim, deixou o repto de haver união e partilha de sessões de formação. Rodrigo Ramalho declarou que não podia estar mais de acordo sobre a questão da formação.

     Rodrigo Ramalho apresentou a proposta de calendarização dos trabalhos, sugerindo que o GT tenha duração de dois anos para poder abordar tantas áreas. Propõe-se também a realização de oito reuniões trimestrais, em várias cidades até abril de 2023, e depois o seminário final em Torres Vedras, onde seria o encerramento do GT e a apresentação de todos os produtos que se forem construindo e das conclusões a que o GT chegar ao longo destes dois anos de trabalho. Quanto ao e-book, propõe-se apresentar duas versões, uma em dezembro e outra em julho, que seria apresentado no seminário final, onde se possa perceber a diferença entre os dois momentos, assim como as recomendações e a checklist. Esclareceu que as sugestões apresentadas nesta reunião serão introduzidas no documento e enviadas para todas as cidades.

     João Couvaneiro, do Município de Almada, sugeriu que o Município de Cascais fosse o local para a primeira das reuniões trimestrais, uma vez que tem uma experiência vasta na área do brincar, ao que Cascais respondeu ter todo o gosto em acolher a próxima reunião. Também João Couvaneiro mostrou-se disponível para o seu município acolher uma das referidas reuniões.

     O Município de Soure também se disponibilizou para acolher uma reunião trimestral. Assim, Rodrigo Ramalho solicitou às restantes cidades que fizessem chegar, por email, a sua disponibilidade e manifestação de intenção para acolherem as reuniões.

     Rodrigo Ramalho explicou que seria interessante encontrar um modelo tipo de reunião mas sempre com a possibilidade de ser ajustado à realidade de cada cidade. A ideia seria ter um ou dois oradores de renome que ocupassem cerca de noventa minutos da parte da manhã e depois algumas cidades apresentariam os seus projetos. A parte da tarde seria ocupada com visitas ao exterior para a visualização no terreno de algum projeto ou espaço público que a cidade organizadora quisesse mostrar. Nenhuma cidade se opôs a esta ideia.

     No último ponto foi abordada a criação de uma comissão científica de aconselhamento do GT. Foi sugerido que se convidasse o Prof. Carlos Neto para presidir a essa comissão e que este indicasse outros elementos, concordando também com a proposta de convite à IPA Portugal. A proposta foi acolhida com agrado pelos participantes na reunião.

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