Realizou-se no passado dia 1 de julho de 2022, a 4ª Reunião do Grupo de Trabalho “Brincar na Cidade Educadora”, sobre a temática “Crescer a Brincar na Rua”. Estiveram presentes 40 pessoas em representação de 16 Municípios (Almada, Cascais, Évora, Famalicão, Gondomar, Lagoa, Marco de Canaveses, Matosinhos, Pampilhosa da Serra, Porto, Sesimbra, Soure, Tábua, Torres Vedras, Oeiras e Vizela).
A abertura da sessão foi efetuada pelo Sr. Vereador do Município de Soure, Dr. Gil Soares, que deu as boas vindas a tod@s @s participantes, desejando que a sessão fosse produtiva e manifestando a dificuldade que, às vezes, o poder executivo tem em tomar decisões que respondam simultaneamente aquilo que é considerado o melhor em termos estratégicos do funcionamento de uma “cidade do futuro” e aquilo que “as pessoas” querem no momento.
De seguida, o Sr. Vereador passou a palavra à Dra. Sofia Valente, Chefe Divisão dos Assuntos Sociais e Educação, para que pudesse conduzir os trabalhos, através da apresentação dos oradores.
Assim, seguiu-se a apresentação do Dr. Frederico Moura e Sá, Urbanista / Professor na Universidade de Aveiro, com o tema “A Cidade das Crianças… era, não era…?”, que nos fez refletir sobre a forma como as cidades têm vindo a ser construídas sem um planeamento concertado que vá ao encontro daquilo que daria mais autonomia às pessoas (especialmente crianças e idosos) e sem pensar na gestão de recursos energéticos. Neste contexto, torna-se premente que as cidades deixem de ser vistas como “blocos de cimento rodeadas e trespassadas por faixas de rodagem sentidas como perigosas” e que passe a haver um planeamento que considere espaços seguros para as pessoas poderem circular e que coloque os equipamentos essenciais a uma distância que possibilite uma mobilidade livre de consumos energéticos.
Seguiu-se a Dra. Rita Alves, Psicóloga Clínica / Projeto Psicóloga dos Miúdos, cujo tema de apresentação foi “Brincar é coisa séria: brincar como fator de promoção da autonomia da criança e seu impacto no desenvolvimento ao longo da vida.” No seguimento do que o Dr. Frederico já tinha abordado, a Dra. Rita realçou a importância das crianças terem espaços e tempo para poderem brincar livremente, sem um “guião estruturado” de quais as tarefas que se seguem e sem um horário completamente preenchido, sob pena de se tornarem jovens e adultos “incapazes” de tomar decisões e de se autorregularem emocionalmente. Assim, percebemos facilmente que brincar é um investimento, um investimento no bem-estar emocional, psicológico, físico e social das crianças.
De Seguida o Dr. Rodrigo Ramalho, Diretor do Departamento de Educação e Atividade Física do Município de Torres Vedras conduziu a Reunião do Grupo de Trabalho, com os seguintes pontos/ informações:
Assim, a próxima reunião de trabalho ficou marcada para o dia 30 de setembro de 2022, no Município de Lagoa (Algarve), sob a temática “Espaços Exteriores Escolares”.
Seguiu-se um período para um almoço conjunto e uma breve visita à zona histórica da Vila de Soure.
Pelas 15h retomaram-se os trabalhos com a apresentação, pelo Dr. Francisco Lontro, do projeto Brincar de Rua, da Associação Ludotempo. Este “Brincar de Rua” é um projeto de inovação social que coloca a tecnologia ao serviço das crianças e das famílias, permitindo-lhes voltar a brincar na rua, em segurança. É através de uma rede digital (plataforma web) de promoção do Brincar nas ruas de cada bairro de Portugal (que envolve famílias e agentes e entidades locais) e através da capacitação/ formação de Embaixadores do Brincar (monitores locais que vão participar na criação de grupos comunitários de brincar), que este projeto se coloca em prática.
Seguiu-se a apresentação do último projeto, o Brincapé, da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), pela Dra. Sandra Nascimento. O Brincapé é um projeto que nasceu na zona histórica de Lisboa e que pretendeu dar novas oportunidades às crianças para brincar mais e de forma mais diversificada. Posteriormente este projeto foi replicado por vários locais do país, tendo sido adaptado a cada realidade. Associado a este projeto mãe, existem vários projetos, a saber: Recreios Transformados, Rota do Brincar, Incubadoras do Brincar, Ruas que Brincam, Território Brincapé e manual Rua é Saúde. Após estas apresentações houve um espaço para debate e questões sobre as dificuldades sentidas e as vantagens do colocar em prática destes projetos. Por fim, pelas 17:30, deu-se por terminado o Encontro.