Resumo do Encontro temático O Risco de Não Correr Riscos a Brincar

6.ª Reunião do Grupo de Trabalho “Brincar na Cidade Educadora”

 

O município do Marco de Canaveses acolheu, no passado dia 10 de fevereiro, o 6.º Encontro do Grupo de Trabalho “Brincar na Cidade Educadora”, com a temática “O risco de não correr riscos a brincar”, tendo contado com a representação de 18 municípios, nomeadamente Alenquer, Amarante, Alfândega da Fé, Almada, Cascais, Évora, Fafe, Famalicão, Gondomar, Lousada, Matosinhos, Marco de Canaveses, Oeiras, Paços de Ferreira, Pampilhosa da Serra, Porto, Soure, Torres Vedras e Valongo, num total de 60 pessoas. 

Este encontro foi conduzido pela Nutricionista Diana Pereira, técnica do Município do Marco de Canaveses, que assinalou a abertura do evento com a passagem de dois pequenos vídeos expositivos: um sobre o Concelho do Marco de Canaveses e outro sobre as últimas comemorações do Dia Internacional da Cidade Educadora. 

Seguidamente, decorreu a sessão de boas-vindas, realizada pela Senhora Presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Dr.ª Cristina Vieira, para posteriormente se inaugurar o 1-º painel da manhã – Risco de não correr riscos a brincar. 

Este painel foi moderado pelo Dr. º Joaquim Santos, Chefe de Divisão da Ação Social, Educação, Saúde e Desenvolvimento Económico do Município do Marco de Canaveses, e teve a intervenção da Doutora Ana Rita Fonseca, licenciada em Engenharia Física e doutorada em Neurociências, para apresentação da associação 1,2,3 macaquinho do xinês que defende e promove o direito a brincar nos recreios de escolas e no espaço público.

No decorrer da intervenção, a Doutora Ana Rita, para além de apresentar a associação e os seus objetivos, expôs alguns dos projetos que desenvolvem nas escolas e em espaços públicos. Abordou a importância de permitir que as crianças possam correr riscos controlados, dos seus benefícios, explicando como podemos atingir “esta finalidade”. 

Em suma, a sua comunicação permitiu-nos concluir que a brincadeira livre e as oportunidades para movimento são essenciais para um desenvolvimento saudável e para promover um gosto eterno pela aprendizagem. No entanto, para promover mais brincadeira e movimento durante o dia é vital repensar os nossos modelos educativos. Ficarem sentadas durante horas a fio a uma secretária impede uma boa parte das crianças de aprender ao máximo das suas capacidades. Em vez disso, as crianças beneficiariam se lhes déssemos oportunidades diárias de sair à rua, de envolverem os seus sentidos e de aprender através de experiências exploratórias de brincadeira onde possam pôr a “mão na massa”. Alterações simples como deixar as crianças sujarem-se, disponibilizar peças soltas sem custo (paus, tábuas, pneus) e deixar os adultos ter um papel menos ativo durante a brincadeira livre irão provavelmente criar mudanças marcantes e duradouras no comportamento das nossas crianças e na sua capacidade de aprender.

Findado o primeiro painel da manhã, houve espaço para um pequeno Coffee Break, permitindo a partilha de saberes entre os municípios e o convívio entre os participantes. 

Após este momento, prosseguiu-se para o 2.º painel: Projeto Cidadania – Educação para os riscos e Autoproteção, que deteve das intervenções do Dr. º Bruno Monteiro, Coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil do Marco de Canaveses, do Dr. º Emanuel Queirós, Técnico Superior do Serviço Municipal de Proteção Civil do Marco de Canaveses, e do Dr. º Júlio Coelho, Comandante da Polícia Municipal do Marco de Canaveses. 

O Dr. º Bruno Monteiro, no início da sua intervenção salientou que as sociedades contemporâneas, enquanto “sociedades de risco”, exigem dos cidadãos novas competências pessoais, fundadoras de uma cidadania mais ativa, participada e informada, que deve ser promovida e adquirida desde o início do percurso escolar. Foi neste sentido que traçaram o projeto Cidadania: Educação para os Riscos e Autoproteção, com o objetivo de promover uma cultura de escola que integre os riscos e a sua prevenção/preparação, fomente a informação em diferentes suportes e promova a formação de educadores e professores.

No final, apresentou um vídeo interativo sobre o programa supracitado e reforçou que, após a intervenção da Doutora Ana Rita Fonseca, ficou a vontade de fazerem uma melhoria no programa, no sentido de conseguirem uma melhor gestão entre o risco e o perigo. 

O Dr. º Emanuel Queirós, teve a possibilidade de apresentar o projeto “Cidadania: Educação para os Riscos e Autoproteção” e o concurso, que se encontra a decorrer junto da comunidade educativa, no sentido de incentivar à segurança e autoproteção, consolidando as matérias relacionadas com os riscos existentes em ambientes terrestres e aquáticos.

O Dr. º Júlio Coelho, expôs o projeto “A Polícia vai à escola”, um programa que tem o intuito de sensibilizar as crianças para as principais regras de segurança rodoviária e pessoal, que decorre nas escolas do 1.º ciclo e jardins de infância. Na sua intervenção, partilhou também a importância de deixar as crianças correr riscos e alguns conselhos que partilham com os adultos/educadores no sentido de permitirem as crianças correr riscos controlados, libertando-se do medo muitas vezes associado.  

Terminado o 2.º painel do encontro, houve espaço a um debate, com perguntas colocadas pelos diversos participantes, que tiveram oportunidade de as ver respondidas pelos diferentes oradores do encontro. 

Após este momento, e dada a alteração existente ao programa inicial, a Senhora Vereadora da Educação, Clara Marques, realizou a sua intervenção, agradecendo a todos os participantes e reforçando a importância, para a comunidade educativa, deste tipo de iniciativas. 

A sessão da manhã terminou com a Reunião do Grupo de Trabalho, dirigida pelo Município de Torres Vedras, na pessoa do Dr.º Rodrigo Ramalho e da Dr.ª Joana Monteiro. Neste espaço, houve oportunidade para abordarem os próximos encontros e apresentar o site que está a ser elaborado no alinhamento do Grupo – Brincar na Cidade Educadora. Sendo este um momento, de uma enorme relevância no decorrer do encontro, ficou a sugestão, por vários intervenientes, de que em futuros encontros se possa repensar o momento mais oportuno, no decorrer do programa, para a sua realização, dado que fica sempre muito limitado pelo tempo disponível, como aconteceu neste encontro. 

Seguiu-se um almoço convívio, entre todos os participantes, na Escola Secundária do Marco de Canaveses.

Após o almoço, os participantes tiveram a oportunidade de visitar a Escola Básica do 1.º Ciclo do Marco, com cerca de 200 alunos, para observar o espaço escolar e a forma como está organizado, de modo a que os alunos possam brincar livremente, sem orientação constante de um adulto. 

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